sábado, 13 de agosto de 2011

Soneto a duas mãos


No papel, um traço perdido,
Em uma risada, um gracejo estampado,
Nos teus lábios, o que há de ser vivido
E já não pode ser mudado

Na brisa fina do campo,
Sua presença na minha alma
Nós, nos amando tanto,
Sem nada que faça falta.


Toco você em meu coração,
Nada em você passa batido.
E esse toque das nossas mãos?

Quizera eu mil dias ao seu lado,
Uma eternidade sem fim,
Quizera eu, esse amor assim!


Feito pelos dois donos do blog ^^

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Soneto sobre mudança

De nada adianta uma moldura
do que pretende do amor
quando sua própria figura
não conhece as cores

De nada adianta uma mudança
do que entende-se natural
quando sua própria dança
continua palidamente igual

De nada adianta um grito
cheio de palavras sensatas
se ainda és ubíqua

Do nada virá o destino
mesmo que cave abcessos
onde prevalecerá firme.

domingo, 17 de julho de 2011

Incluo-te por perto

Incluo-te nas raras rosas brancas
que tomam a madrugada límpida,
adentrando a manhã de flancos
dos seus traços tão vívidos

Incluo-te nas vagas lembranças
dos amores que a vida traz,
de toda a simples esperança
de que o tempo se desfaça

Incluo-te nas veias de sangue
da carne pulsante de quente;
no contornos dos meus olhos.

Incluo-te em todos os dias
do seu florescer estonteante;
sempre no meu peito que habitas.

Meu coração


Sinto você na brisa do mar
No silêncio do olhar
No simples ato de pensar
Sinto você em cada sonhar
Você é a única razão da minha alma dançar

Em doces devaneios
Vejo você com seus gracejos
Em cada suspiro perdido
Me sinto mais aturdido

Não sei até quando meu coração pode aguentar
Mesmo uma pequena e imaginária distância do seu olhar
Não sei se iria suportar
Se sua alma do meu lado se ausentar

terça-feira, 21 de junho de 2011

Só se é humano quando se ama




Não posso me imaginar na terra sem estar procurando por um alguém.
Não posso me imaginar num belo voou sem estar pensando em alguém.
Não posso me imaginar nadando sem alguém comigo me refrescando.
Não posso me imaginar consumindo o ar sem ter um nome para dizer quando esse mesmo ar eu soltar.

Não me imagino verdadeiramente forte sem alguém por quem lutar.
Não me imagino verdadeiramente segura sem alguém para abraçar.
Não me imagino verdadeiramente amada sem alguém para amar.
Não me sinto verdadeiramente mulher sem um homem para o qual me doar.









segunda-feira, 20 de junho de 2011

Soneto para quando o tempo passar

Irás ao alto tocar o horizonte,
ouvirás um suspiro no teu ouvido,
sentirás passar por tua fronte,
um ser que desistira de ter vivido

As saudades marcarão teu respirar,
trazendo o eterno que salta do fundo,
repugnado por anos, jogado ao mar,
perdendo teu vício de breve flutuar.

Não podes ser, do céu ao mar?
Viva tua solidão que pede solidão,
enquanto saio do nada e cubro teu véu

Ainda vais lembrar do teu caminho
mórbido por toda a eternidade. E eu?
Estarei no céu amando outro destino.

sábado, 18 de junho de 2011

Soneto para Maia

Como podes homem sábio?
És escultor da nossa terra,
Guerreiro de um desejo pátrio,
És o poeta que o poeta venera

És a cor das águas de março,
Que banham os mares da alma,
Limpam os nobres de rara calma
És a conquista das terras Maias.

És quem escreveu a vida em atitudes,
E que vive incessavelmente de luz,
Que transborda teu peito de virtudes.

Gladiador de conquistas humanas
Térreo, contador de causos
Já podes ser, homem sábio.

Poema para que abra os olhos

Enquanto não quebrares teu gelo,
E veres o sol cair dentro da noite,
Logo abrindo-a em raios divinos,
Serás mórbida em teu olhar.

Enquanto não parares os olhos em teus olhos,
E veres tua essência despindo teu véu negro,
E iluminares a ti sem buscar ideias nulas,
Serás mórbida, apenas mórbida.

Enquanto não aceitares aquilo que finge não querer,
Padecerá com teus jeitos cheios de jeitos,
Sucumbirá as tuas ânsias,
Serás mórbida, mórbida em teu olhar.
 

Poema da renegação

Amada, estás fixa em outros olhos,
Logo eles que não te olham,
E não vem teus defeitos em qualidades
Assim como só eu vejo

Porque desacreditas?
És a pintura mais bela do quadro,
A flor impodável do jardim,
A última gota de amor deixada por Deus.

Eis aqui teu romântico,
Nem primeiro, nem último
Apenas teu, unicamente teu.

Tolo, frágil, inconstante
Despindo palavras de onde não há,
Recompondo-se, compondo tua célula

Eis aqui teu inegável destino
Porque desacreditas?
A volta sabes, se faz quase tardia.

domingo, 12 de junho de 2011

Soneto de meus desejos

Não há mais por enquanto
Os beijos agora são cegos,
Nem se querem tanto,
São apenas fetos de fatos.

E a verdade é escondida
Não há por que gritares,
Nem por que chamares,
Está tudo morto, querida.

Vá lá, seja o que tu és
Nada! Se assim continuares,
Sentirás a solidão aos pés

Não! Não te desejo mal
Afinal, tens um novo alguém
Mas, esta só, ainda só como ninguém.

Soneto para ir embora

Carrega teus sentimentos para outro mar
O navio não flutua como deves,
És a única tripulante a navegar,
Sozinha, espera por quem não te queres

Não haverás dor nesta vida,
Nem o coração que te esperou,
Serás solitária em braços vazios
Enquanto isso, me ex-amor?

Vou embora navegando ao tempo
Me livro dessa tua força menor,
Dessa tua mísera fome de amor

Vai contar os segundos mortos
Naufraga da sua própria vida
Tens o que és: noite...noite...noite...
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